GOVERNANÇA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: o uso de tecnologias para a prevenção da corrupção e promoção da transparência
DOI:
https://doi.org/10.36428/revistadacgu.v11i18.147Abstract
O presente trabalho tem como objetivo levantar questionamentos sobre a temática da governança no controle da
corrupção e a promoção da transparência em meios digitais. Assim, pergunta-se: como entidades do Executivo Federal
utilizam as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e internet para prevenir e controlar atos de corrupção? Na
tentativa de respondê-la e promover futuras reflexões, metodologicamente foca-se na análise de contexto institucional
da CGU, ou seja, no conjunto de regras instituídas pelo órgão, nas competências estabelecidas para os atores, nas
formas de monitoramento e avaliação das ações. Tal órgão foi escolhido porque realiza o controle interno do Poder
Executivo Federal e cria políticas de prevenção da corrupção. Assim, pela revisão de literatura, lança-se mão do conceito
de governança relativo ao meio digital. Focando-se no papel da CGU como ator nesse meio, busca-se responder à
pergunta de pesquisa ao realizar levantamento de suas ações e instrumentos digitais. Ao final, propõem-se agendas de
pesquisa. Portanto, este trabalho tem caráter exploratório e analítico-descritivo, de abordagem qualitativa, e interdisci-
plinar. Em termos gerais, o conceito de governança utilizado nesse trabalho dá ênfase à natureza colaborativa de atores.
Na internet, é adotada a expressão multistakeholder que envolve governos, sociedade, corporações no funcionamento
da rede. O governo passa a ser um importante ator de governança na internet, podendo atuar em vertentes, como
no enfrentamento à corrupção pela transparência. Assim, constata-se que a CGU possui ações que podem traduzir
formas de acesso à informação, entendidas como meios de prevenir corrupção: redes sociais e e-SIC. Do ponto de
vista das questões que o trabalho deixa, apontamos as seguintes: como a CGU opera as redes sociais? As tecnologias
empregadas no acesso à informação alinham-se a políticas de transparência, interoperabilidade, abertura? Os dados
disponibilizados são abertos e estruturados? São questões que levam a refletir se governança, tecnologia, corrupção e
transparência estão realmente conectadas.
Palavras-chave: governança; TICs; corrupção; transparência.
Downloads
References
BATAGLIA, Murilo Borsio; FARRANHA, Ana Claudia. Controle social e acesso à informação: o papel da transparência passiva no enfrentamento à corrupção. Revista Interfaces Científicas – Direito. Vol.6. n. 3. p.27-42. Aracaju. jun.2018.Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/index.php/direito/article/viewFile/5865/2906>. Acesso em: 19 ago. 2018.
BATAGLIA, Murilo Borsio; FARRANHA, Ana Claudia. Governança da internet: reflexões sobre padrões abertos e e-PING Brasil. Proceedings: CPRLatam. Amazon, Varadero/Cuba, 2018.p.131-138.
BRASIL. Acesso à informação. Disponível em: <http://www.acessoainformacao.gov.br/>. Acesso em: 14 set. 2018.
BRASIL. Decreto n. 7.724 de 12 de maio de 2012. Regulamenta a Lei n. 12.527. Disponível em: <http://www.defesa.gov.br/arquivos/lai/sobre_a_LAI/decreto_7724.pdf>. Acesso em 18 ago.2016.
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 19 nov. 2016.
DENARDIS, Laura. E-governance policies for interoperability and open standards. Yale information society project paper. Jun. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1629833>. Acesso em: 14 ago. 2018.
DENARDIS, Laura. The emerging field of internet governance. In: DUTTON, William H. The Oxford handbook of studies in internet. New York: Oxford Press, 2013.
EPSTEIN, D. & KATZENBACH, C. & MUSIANI, F. Doing internet governance: practices, controversies, infrastructures, and institutions. Internet Policy Review, vol. 5. N.3. 2016 Disponível em: <http://policyreview.info/articles/analysis/doing-internet-governance-practices-controversies-infrastructures-and-0>. Acesso em: 20 maio 2017.
FARRANHA, Ana Claudia. Mecanismos para a construção da transparência: uma breve análise do caminho entre a democracia representativa e a democracia digital. In: PINHO, José ANtonio G. de. (org.). Artefatos digitais para mobilização da sociedade civil: perspectivas para avanço da democracia. Salvador: UFBA, 2016.
FARRANHA, Ana Claudia; REIS, João Carlos; SANTOS, Leonardo Tadeu; SANTOS, Viviane Silva. Democracia, participação e redes sociais digitais: desafios contemporâneos da política e do direito. Revista Jurídica UNICURITBA. v. 03. n. 44, p. 117-140, 2016b. Disponível em: <http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/1740/1134>. Acesso em: 10 set. 2018.
FARRANHA, Ana Claudia; SANTOS, Leonardo Tadeu dos. Administração Pública, direito e redes sociais: o caso da CGU no Facebook. Revista eletrônica do Curso de Direito da UFSM. v. 10, p. 742-767, 2015. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/19768>. Acesso em: 19 ago.2018.
FREZZA, Conrado; FARRANHA, Ana Claudia. Exploração portuária e meio ambiente: desenho institucional, competências e desafios para uma agenda de pesquisa. In: OLIVEIRA, Carina Costa; GALINDO, George Rodrigo Bandeira; SILVA; Solange Teles da; MONT’ALVERNE, Tarin Frota (org.). Meio Ambiente Marinho e Direito. 1.ed. Curitiba: Editora Juruá 2018, v.2. 2018.
LASCOUMES, Pierre ; LES GALÈS, Patrick. Introduction: understanding public policy through its instruments – form the nature of instruments to sociology of public policy instrumentation. Governance: an international journal of policy, administration and institutions. Vol. 20, n.01, January, 2007. p.1-21.
LEJANO, Raul P. Parâmetros para análise de políticas públicas: a fusão do texto e contexto. Campinas: Arte e Escrita, 2012.
GOMES, Wilson; AMORIM, Paula Karini; ALMADA, Maria Paula. Novos desafios para a ideia de transparência pública. VI Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (VI COMPOLITICA) – PUC RJ. 22 a 24 de abril de 2015.
MARQUES, Francisco Paulo Jamil. Ciberpolítica. Salvador: EDUFBA, 2016.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Convenção das Nações Unidas Contra Corrupção. UNCAC. 2003. Disponível em: <https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_corruption/Publicacoes/2007_UNCAC_Port.pdf> Acesso em: 14 set. 2018.
POSSAMAI, Ana Julia. Dados abertos no governo federal brasileiro: desafios de transparência e interoperabilidade. 313 f. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2016.
REINHARD, Nicolau; SANTOS, Ernani Marques dos. Serviços de Governo Eletrônico: um panorama no Brasil. In: PINHO, José Antonio G.(org.). Artefatos digitais para mobilização da sociedade civil: perspectivas para avanço da democracia. Salvador: UFBA, 2016.
SALAMON, Lester. The new governance and the tools of public action: na introduction. Fordham Urban Law Journal vol. 28. N. 5. p.1610-1674.
SILVA, Suylan de Almeida Midlej et al. Residência em políticas públicas: uma experiência inovadora de formação. Cadernos de Pesquisa, v. 45, n. 157, p. 588-611, 2015.
SMITH, Andy. Governança de múltiplos níveis: o que é e como pode ser estudada. In: PETERS, G.; PIERRE, Jon. Administração pública: coletânea. São Paulo e Brasília: ENAP, 2010.
SOARES, Delfina; LISBOA, Ana. E-Government interoperability frameworks: a worldwide inventory. In: J. Varajão, M. Cunha, N. Bjørn-Andersen, R. Turner, D. Wijesekera, R. Martinho e R. Rijo (Eds.), CENTERIS 2014 - Conference on Enterprise Information Systems/ProjMAN 2014 - International Conference on Project Management/HCIST 2014 - International Conference on Health and Social Care Information Systems and Technologies. Procedia Technology, Volume 16, 638-648. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212017314002394>. Acesso em: 01 ago. 2018
Downloads
Published
Issue
Section
License
The Revista da CGU follows the Creative Commons Attribution 4.0 International License (CC BY), which allows the use and sharing of published works with mandatory indication of authors and sources. Contents published until 2019 have generic permission for use and sharing with mandatory indication of authorship and source.
We highlight some essential and non-exhaustive points related:
- The submission of the proposal implies a commitment not to submit it to another journal and authorizes if approved, its publication.
- The submission of the proposal also implies that the author(s) agrees with the publication, without resulting in remuneration, reimbursement, or compensation of any kind.
- The published texts are the responsibility of the authors and do not necessarily represent the opinion of the journal.
- Responsibility for any plagiarism is the responsibility of the author(s).
- The person responsible for the submission declares, under the penalties of the Law, that the information on the authorship of the work is complete and correct.
Also highlighted are the items related to our Editorial Policies, in particular on the Focus and Scope, Publication Ethics, Peer Review Process, and Open Access Policy.
