O que sabemos sobre transparência pública? Uma revisão bibliográfica das abordagens normativa, conceitualista e empírica
DOI:
https://doi.org/10.36428/revistadacgu.v10i16.144Resumo
Este artigo é uma revisão de literatura destinada a compreender e refletir criticamente sobre as diferentes formas de pensar e analisar o direito de acesso à informação e a transparência pública. Uma abordagem normativapreocupa-se principalmente com perguntas sobre o que desejamos ou esperamos obter como resultado de políticas de transparência pública. A abordagem conceitualista busca trazer definições sobre o significado dos
termos transparência, segredo, publicidade e acesso à informação, bem como os tipos de transparência e suas conseqüências para o sistema político. Já existe uma abordagem empírica para analisar concretamente quais são os efeitos e os efeitos observáveis de políticas de transparência em contextos e sob condições específicas. Argumento que aborda exclusivamente normativa se mostra insuficiente para compreender os desafios e entra em conflito com o acesso à informação enfrentada para produzir os resultados esperados e, consequentemente, para desenvolver políticas após superá-los. É preciso ter clareza sobre conceitos e etapas seqüenciais que podem ser executadas com políticas de desbloqueio de alterações
nos sistemas políticos.
Downloads
Referências
ACKERMAN, John; SANDOVAL-BALLESTEROS, Irma. The Global Explosion of Freedom of Information
Laws. Administrative Law Review 58(85), 2005.
AFTERGOOD, Steven. Reducing government secrecy: finding what works. Yale Law & Policy Review, vol.
, n. 2, pp. 399-416, 2009.
______. National Security Secrecy: how the limits change. Social Research, v. 77, n. 3, 2010.
ARTIGO 19 (2017a). Os cinco anos da Lei de Acesso à Informação: uma análise de casos de transparência
[livro eletrônico]. São Paulo, Artigo 19 Brasil, 1,7Mb, PDF. (acesso em março/2018).
______ (2017b). A Lei de Acesso à Informação nos Tribunais Brasileiros. Disponível em
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. Tradução: Marco Aurélio Nogueira.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
BOROWIAK, Craig T. Accountability and Democracy: The Pitfalls and Promise of Popular Control. Oxford
Scholarship Online, Jan 2012.
BOVENS, Mark. Information Rights: Citizenship in the Information Society. The Journal of Political Philosophy,
v. 10, n. 3, 2002.
CAROTHERS, Thomas; BRECHENMACHER, Saskia. Accountability, transparency, participation and inclusion:
a new development consensus? Carnegie Endowment for International Peace, October 20, 2014.
CARVALHO, Luiz Gustavo Grand Castanho de. Direito de Informação e Liberdade de Expressão. Rio de
Janeiro, Renovar, 1999.
CHAGAS, Cláudia M. F. O dilema entre o acesso à informação e a intimidade. Belo Horizonte, Editora D’Plácido,
CUNHA FILHO, Marcio C. O Desencontro entre Direito à Informação e Direito à Verdade: Análise das
Práticas da Controladoria-Geral da União. Direito, Estado e Sociedade n. 47, p. 91 a 107 jul/dez 2015
______. The Right to Information system in Brazil: tensions between transparency and control of information.
Verfassung und Recht in Ubersee (Humboldt Universität), v. 4., p. 412, 2017
DINIZ, Débora. Feminismo: modos de ver e mover-se. In: GOMES, Patrícia; DINIZ, Débora; SANTOS,
Maria Helena; DIOGO, Rosália. O que é feminismo? Lisboa, Escolar Editora, 2015.
DUNN, Delmer D. Mixing Elected and Nonelected Officials in Democratic Policy Making: Fundamentals of
Accountability and Responsibility. In: PRZEWORSKI, Adam; STOKES, Susan C.; MANIN, Bernard. Democracy,
Accountability and Representation. Cambridge, Cambridge University Press, 1999.
EPPS, Daniel. Mechanisms of secrecy. Harvard Law Review, vol. 121, n. 6, pp. 1556-1577, 2008.
FENSTER, Mark. The Transparency Fix: Advocating Legal Rights and their Alternatives in the Pursuit of a Visible
State. University of Pittsburgh Law Review, v. 73, pp. 444-503, 2012
FERRAZ JUNIOR, T. S. Sigilo de dados: o direito à privacidade e os limites à função fiscalizadora do Estado.
Sigilo Fiscal e Bancário, São Paulo, p. 15-40, 2005.
FERRAZ, Cláudio; FINAN, Frederico. Exposing corrupt politicians: the effects of Brazil’s publicly released audits
on electoral outcomes. The Quarterly Journal of Economics, 123 (2), 2008.
FILGUEIRAS, Fernando. Além da transparência: accountability e política da publicidade. Lua Nova (Impresso),
v. 84, p. 65-94, 2011.
FILGUEIRAS, Fernando. Transparency and accountability: principles and rules for the construction of publicity.
Journal of Public Affairs, v. 16, p. n/a-n/a, 2015.
FOX, Jonathan. The Uncertain Relationship between Transparency and Accountability. Development in Practice,
(4-5) August 2007.
______. Social Accountability: What Does the Evidence Really Say? Global Partnership for Social Accountability
Working Paper No. 1, Sept. 2014
______. Scaling Accountability through Vertically Integrated Civil Society Policy Monitoring and Advocacy.
Working Paper, Brighton: Making All Voices Count, December 2016.
FOX, Jonathan; HAIGHT, Libby; PALMER-RUBIN, Brian (2010). Proporcionar Transparencia: Hasta qué punto
responde el gobierno mexicano a las solicitudes de información pública? UC Santa Cruz: Center for Global,
International and Regional Studies, v., n. 1.
GAILMARD, Sean. Accountability and Principal-Agent Theory. In: BOVENS, Mark; GOODIN, Robert E.;
SCHILLEMANS, Thomas. The Oxford Handbook of Public Accountability, Oxford Handbooks Online, 2014.
GAVENTA, John; McGEE, Rosemary. The impact of Transparency and Accountability Initiatives. Development
Policy Review, 31 (S1): S3-S28, 2013.
GRAF, Ana Cláudia Bento. O Direito à Informação Ambiental. In: FREITAS, Vladimir Passos de. Direito Ambiental
em Evolução (Coord.). Curitiba: Juruá, 1998, p. 11-31.
HABERMAS, Jürgen (2005). Concluding comments on Empirical Approaches to Deliberative Politics. Acta
Politica, 40, pp. 384-392, 2005.
HABERMAS, Jürgen; LENNOX, Sara; LENNOX, Frank. The Public Sphere: An Encyclopedia Article. New
German Critique, n. 3, Autumn, pp. 49-55, 1974.
HABERMAS, Jürgen; REHG, William. Constitutional Democracy: A Paradoxical Union of Contradictory Principles?
Political Theory, vol. 29, n. 6, pp. 766-781, 2001
HOOD, Christopher. Accountability and Transparency: Siamese twins, matching parts, awkward couple?
(2010). West European Politics, vol. 33, no. 5, 989-1009.
HUBBARD, Paul. Putting the Power of Transparency in Context: information’s role in reducing corruption in
Uganda’s Education Sector. Working Paper n. 136, Center for Global Development, 2007.
LOURES, Flavia Tavares Rocha. A Implementação do Direito à Informação Ambiental. Revista de Direito Ambiental,
São Paulo, ano 9, no 34, p. 191-208, abr/jun 2004.
LUPIA, Arthur; McCUBBINS, Matthew (2000). Representation or abdication? How citizens use institutions to
help delegation succeed. European Journal of Political Research, 37: 291 – 307.
KOSACK, Stephen; FUNG, Archon (2014). Does transparency improve governance? Annual Review of Political
Science, v 17(1), 65–87.
MÉXICO. Ley General de Transparencia y Acceso a la Información Pública. Diário Oficial de la Federación, el
de mayo de 2015.
MICHENER, Robert Gregory. FOI Laws Around the World. Journal of Democracy, v. 22, p. 145-159, 2011.
______. How Cabinet Size and Legislative Control Shape the Strength of Transparency Laws. Governance
(Oxford. Print), v. 28, p. n/a-n/a, 2014.
______. Assessing Freedom of Information in Latin America a Decade Later: Illuminating a Transparency Causal
Mechanism. Latin American Politics and Society, v. 57, p. 77-99 2015 (2015a).
______. Policy Evaluation via Composite Indexes: Qualitative Lessons from International Transparency Policy
Indexes. World Development, v. 74, p. 184-196, 2015 (2015b)
MICHENER, Robert Gregory; BERSCH, Katherine. Identifying Transparency. Information Polity, v. 18, p. 233-
, 2013
MICHENER, Robert Gregory; WORTHY, Ben. The Information-Gathering Matrix: A Framework for Conceptualizing
the Use of Freedom of Information Laws. Administration & Society, v. 48, p. 1, 2015.
NEUMAN, Laura; CALLAND, Richard (2007). Making the Law Work: The Challenges of Implementation. In
The Right to Know: Transparency for an Open World, ed. Ann Florini. New York: Columbia University Press,
pp. 179–213.
POZEN, David. Deep Secrecy. Stanford Law Review, vol 62, issue 257, 2010.
RAVALLION, Martin; VAN DE WALLE, Dominique; DUTTA, Puja; MURGAI, Rinku. Testing information
constraints on India’s largest antipoverty program. World Bank, Policy Research Working paper, n. 6598,
September 2013.
REINIKKA, Ritva; SVENSSON, Jakob. The Power of information: evidence from a newspaper campaign to
reduce capture. Quarterly Journal of Economics, 119 (2), 2004.
RIEGNER, Michael. Access to Information as a Human Right and Constitutional Guarantee: A Comparative
Perspective. Verfassung und Recht in Ubersee (Humboldt Universität), v. 4., p. 412, 2017.
SANDOVAL, Irma (2014). Transparency under dispute: public relations, bureaucracy and democracy in Mexico.
In: ALA’I, Padideh; VAUGHN, Robert. Research Handbook on Transparency. Edward Elgar Publishing,
Northampton.
WAISBICH, Laura T.; CETRA, Raísa; MARCHEZINI, Joara (2017). The Transparency Frontier in Brazilian
Foreign Policy. Contexto Internacional, vol. 39 (1).
WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília, Editora da Universidade
de Brasília, 2004, v. 2.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A Revista da CGU segue a uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY), que permite o uso e compartilhamento dos trabalhos publicados, desde que se atribua crédito aos autores e fontes. Os conteúdos publicados até 2019 contam com permissão genérica para uso e compartilhamento com indicação obrigatória de autoria e fonte.
Ressaltamos alguns pontos essenciais e não exaustivos relacionados:
- A submissão da contribuição implica compromisso de não a submeter a outro periódico e autoriza, caso aprovado, a sua publicação.
- A submissão da contribuição implica também que os autores concordam com a publicação, sem que disso resulte remuneração, reembolso ou compensação de qualquer natureza.
- Os trabalhos publicados são de responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião da Revista da CGU.
- A responsabilidade por eventuais plágios, fraudes ou imprecisões são de responsabilidade dos autores.
- O responsável pela submissão declara, sob as penas da Lei, que a informação sobre a autoria do trabalho é absolutamente completa e verdadeira.
Destacam-se, ainda, os demais itens relacionados às Políticas Editoriais, em especial sobre a Missão e Escopo, Ética da Publicação, Processo de Avaliação pelos Pares e Política de Acesso Livre.
