“Casa de Ferreiro, Espeto de Pau”? Autopercepção sobre corrupção pelos servidores da AGU, CGU e Justiça Federal
DOI:
https://doi.org/10.36428/revistadacgu.v16i29.706Palavras-chave:
Controle, Cultura organizacional, Lideranças, Percepção, Práticas ilícitasResumo
Este artigo aborda a compreensão das práticas ilícitas em organizações, destacando a importância da cultura organizacional e da percepção dos membros da organização. A pesquisa investiga a percepção de condutas antiéticas por servidores de órgãos de controle público, como a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Justiça Federal (JF), examinando como essa percepção pode ter implicações nas atividades de controle que esses servidores exercem. A análise se baseia na ideia de que a trajetória das organizações importa e que, para se pensar em mudanças em relação a condutas antiéticas, precisam ser consideradas as estruturas hierárquicas, cultura e valores informais inerentes a essas organizações. A pesquisa utilizou dados do Banco Mundial para examinar a percepção dos servidores desses órgãos de controle em relação a práticas antiéticas nos contextos das organizações que integram. Os resultados indicam que a cultura organizacional desempenha um papel na percepção dessas práticas e nas atividades de controle. O estudo reforça que a posição hierárquica dos agentes influencia a percepção e a capacidade de denúncia, enfatizando a importância das lideranças na compreensão das práticas ilícitas. Destaca a necessidade de considerar o contexto e as relações de poder ao analisar organizações e suas atividades de controle, além da necessidade de mudanças organizacionais específicas no Judiciário, que favoreçam o combate interno a condutas antiéticas.
Downloads
Referências
Agresti, A. (2019). An introduction to categorical data analysis. Hoboken: John Wiley & Sons.
Ahrne, G., & Brunsson, N. (2011). Organization Outside Organizations: The Significance of Partial Organization. Organization, 18(1), 83-104.
Aranha, A. & Filgueiras, F. (2016). Instituições de accountability no Brasil: mudança institucional, incrementalismo e ecologia processual. Cadernos, 44. Brasília: Enap.
Avritzer, L., & Marona, M. (2017). A tensão entre soberania e instituições de controle na democracia brasileira. Dados, 60(2), 359-393.
Banco Mundial. (2021). Ética e Corrupção no Serviço Público Federal: A Perspectiva dos Servidores. https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/36759
Campos, P. H. L. (2019). Judiciário e autonomia burocrática: uma análise da Justiça Federal (Dissertação de Mestrado). Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, Brasil.
Carmeli, A., & Tishler, A. (2004). The relationships between intangible organizational elements and organizational performance. Strategic management journal, 25(13), 1257-1278.
Christensen, T., Lægreid, P., & Røvik, K. A. (2020). Organization theory and the public sector: Instrument, culture and myth. Routledge.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1988). Brasília, DF. Recuperado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Conselho Nacional de Justiça. (2023). Panorama e Estrutura do Poder Judiciário Brasileiro. Recuperado de https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/panorama-e-estrutura-do-poder-judiciario-brasileiro/.
DiMaggio, P., & Powell, W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160.
Engelmann, F., & Pilau, L. (Eds.). (2021). Justiça e Poder Político: elites jurídicas, internacionalização e luta anticorrupção. UFRGS Editora.
Loureiro, M. R., Abrucio, F. L., & Pacheco, R. (Eds.). (2010). Burocracia e política no Brasil: desafios para a ordem democrática no século XXI. Rio de Janeiro, Editora FGV.
Mahoney, J., & Thelen, K. (2010). Explaining Institutional Change: Ambiguity, Agency and Power. Cambridge University Press.
Marona, M., & Kerche, F. (2021). From the Banestado Case to Operation Car Wash: Building an Anti-Corruption Institutional Framework in Brazil. Dados, 64(3), e20190240.
Medeiros, B.A. Goellner, I, & Koga, NM. (2023). Trajetória das capacidades dos órgãos de controle interno e externo no Brasil: um debate sobre a estruturação do TCU e da CGU no pós-1988. In: Lopez, FG & Cardoso Jr., JC. (Orgs.) Trajetórias da burocracia na nova república: heterogeneidades, desigualdades e perspectivas (1985- 2020). Brasília, IPEA.
Menuzzi, E., & Engelmann, F. (2021). A circulação internacional dos advogados públicos federais e a inserção da Advocacia-Geral da União (AGU) na agenda do “combate à corrupção” (2000-2019). In: Engelmann, F., & Pilau, L. (Eds.). (2021). Justiça e Poder Político: elites jurídicas, internacionalização e luta anticorrupção. UFRGS Editora, pp. 74-99.
North, D. (1990). Institutions, Institutional Change, and Economic Performance. Cambridge University Press.
Praça, S. & Taylor, M. (2014). Inching Toward Accountability: The Evolution of Brazil's Anticorruption Institutions, 1985–2010. Latin American Politics and Society, 56: 27-48.
Publicações CGU. (2021). Manual de Processo Administrativo Disciplinar. Recuperado de https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/64869/11/Manual_PAD_2021_1.pdf.
Repositório CGU. (2021). Organograma da CGU. Recuperado de https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/65181/3/Organograma_da_CGU_2021.pdf.
Sharpe, D. (2015). Your chi-square test is statiscally significant: now what? Practical Assessment, Research & Evaluation, 20(8), 1-11.
Secretaria-Geral de Administração da AGU. (2023). Organograma da AGU. Recuperado de https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/secretaria-geral-de-administracao-1/organograma
Selznick, P. (2011). Leadership in administration: A sociological interpretation. Quid Pro Books.
Smircich, L. (1983). Concepts of Culture and Organizational Analysis. Administrative Science Quarterly, 28(3), 339–358. https://doi.org/10.2307/2392246
Tolbert, P. S., & Hall, R. H. (2015). Organizations: Structures, processes and outcomes. Routledge.
Viegas, R. R. (2023). Caminhos da política no Ministério Público Federal. São Paulo: Amanuense.
Viegas, R. R., Loureiro, M. R., & Abrucio, F. L. (2022). Do controle externo à simbiose com o sistema de justiça: a ação normativa do CNJ e do CNMP. Revista Brasileira De Ciências Sociais, 37(110), e3711005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista da CGU

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista da CGU segue a uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY), que permite o uso e compartilhamento dos trabalhos publicados, desde que se atribua crédito aos autores e fontes. Os conteúdos publicados até 2019 contam com permissão genérica para uso e compartilhamento com indicação obrigatória de autoria e fonte.
Ressaltamos alguns pontos essenciais e não exaustivos relacionados:
- A submissão da contribuição implica compromisso de não a submeter a outro periódico e autoriza, caso aprovado, a sua publicação.
- A submissão da contribuição implica também que os autores concordam com a publicação, sem que disso resulte remuneração, reembolso ou compensação de qualquer natureza.
- Os trabalhos publicados são de responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião da Revista da CGU.
- A responsabilidade por eventuais plágios, fraudes ou imprecisões são de responsabilidade dos autores.
- O responsável pela submissão declara, sob as penas da Lei, que a informação sobre a autoria do trabalho é absolutamente completa e verdadeira.
Destacam-se, ainda, os demais itens relacionados às Políticas Editoriais, em especial sobre a Missão e Escopo, Ética da Publicação, Processo de Avaliação pelos Pares e Política de Acesso Livre.
